sexta-feira, outubro 23

25/26 de Agosto

Calaram-se. Abriu a porta suavemente e de repente o silêncio inundou a minha cabeça, o branco invadiu os meus olhos, os lábios tornaram-se roxos.
Não sei como, estavam todos ali. Mas o que estariam eles a fazer, que seria aquilo.
Senti que começara a chorar inconscientemente. Mas porquê.
Houve quem me apertou tanto, com tanta força, que nesse instante voltei a mim; voltei a ver, a ouvir, a pensar.
É para ti, alguém disse. E eu sorri como uma criança sorri quando lhe dão prendas no Natal. Na realidade, era mesmo uma criança, mas não estava no Natal e "aquilo" que me deram foi mais do que uma prenda, foi uma dádiva.
Olhei novamente para a quantidade de gente que ali estava, ouvi melhor a música que pairava e percebi que era eu que estava ali a ser representada. Percebi que aquela era a minha vida: os amigos e a música.
E eu, que não acreditava na perfeição, pensei que ela estava ali, à minha frente. Que estavam finalmente reunidas todas as condições para a felicidade.
Só depois me apercebi que se tinham movimentado por mim porque eu estava prestes a partir. E logo comecei a chorar outro tipo de lágrimas, as lágrimas da solidão.

1 comentário:

  1. Nâo existe solidão enquanto olharmos as mesmas estrelas, apesar de estarmos em lugares diferentes.
    Não enquanto tiveres pessoas que se preocupam contigo e que mesmo que não falem contigo todos os dias te têm no pensamento, esperando por uma chamada e ansiando pela próxima vez que te vão ver...
    Nunca vais estar sozinha, és uma rapariga demasiado especial para isso, a minha rapariga especial...

    ResponderEliminar